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A Casa da Imprensa acolhe e promove quatro iniciativas marcantes da “Quinzena Jean Moulin”, que, entre 27 de Setembro e 10 de Outubro, assinala a passagem por Lisboa do herói da Resistência francesa ao nazismo: uma exposição no Salão Nobre, um debate com os historiadores José Pacheco Pereira e António Araújo, moderado por Ana Sousa Dias, um ciclo de filmes no Cinema Ideal e o lançamento de “A Sombra Não Apaga a Côr”, de João Paulo Cotrim e Tiago Albuquerque.

A “Quinzena Jean Moulin” é uma iniciativa de João Paulo Cotrim, João Soares, Jorge Silva, José Manuel Saraiva e Manuela Rêgo, apoiada pela Casa da Imprensa.

Apoiam a iniciativa, também, a MGEN, parceira de referência da Casa da Imprensa nos serviços de Saúde, Cinema Ideal, Abysmo, Câmara Municipal de Lisboa, Ville de Béziers, CTT, Expresso, APCC (Associação para a Promoção Cultural da Crinça), Fundação D. Luís, Museu Ferroviário, Civilria e Stone Dark.

“Jean Moulin Lisboa 1941”: Celebrar a resistência

Há 80 anos, o mais jovem Prefeito de França, Jean Moulin, passou por Lisboa a caminho de Londres, procurando modos de responder à ocupação nazi do seu país. Aquelas cinco semanas ganharam a força simbólica por ter aproveitado a ocasião e o lugar para redigir um relatório fulcral que deu início ao que viria a ser a “Operação Rex”, que sob o seu comando unificou as várias forças dispersas num verdadeiro Exército das Sombras.

O modo exemplar como se colocou ao serviço dos valores republicanos, dizendo não!  em nome da liberdade, até ter sido morto às mãos dos torturadores nazis, começou a ser celebrado pela França – em movimento que ainda não parou – aquando da sua entrada no Panteão, nos anos 1960, pela mão do general De Gaulle e André Malraux, que então disse: “Hoje, juventude, pudesses tu invocar este homem de modo a tocar com as tuas mãos a sua pobre face naquele seu último dia, tocando os lábios que não falaram, naquele dia ele foi o rosto da França...”

Figura complexa, alvo de um sem número de investigações e ainda mais homenagens, com carreira política fulgurante que o fez tomar parte do governo da Frente Popular, foi ainda homem atento ao seu tempo, praticante da boémia, amante da arte, além de artista ele próprio. Alguém capaz de resistir e fazer disso um banal gesto de dever cívico e republicano, isso se celebra em programa que inclui exposições (Casa de Imprensa, Abysmo Galeria), ciclo de cinema (Cinema Ideal), lápide evocativa (São Pedro de Alcântara), edições e debate.

Programa

27 Setembro, às 18:00 horas, na estação CTT do Largo Camões, apresentação de postal inteiro

28 Setembro, às 18:00 horas, na Casa da Imprensa, inauguração da exposição “Jean Moulin Lisboa 1941”, patente até 10 de outubro, entre as 14:00 e as 19:00 horas

30 Setembro, às 18:30 horas, na Abysmo Galeria, inauguração da exposição «Dançar nas ruínas»

30 Setembro a 3 de outubro, no Cinema Ideal, Ciclo de Cinema: Jean Moulin e a Resistência (sessões diárias às 21:15 horas)

30 de setembro – Jean Moulin, Une Affaire Française, de Pierre Aknine, com provável apresentação do realizador

1 de outubro – La Bataille du Rail, de René Clément

2 de outubro – L’Armée des Ombres, de Jean-Pierre Melville, com apresentação de Rita Rato

3 de outubro – L’Armée du Crime, de Robert Guédiguian

5 Outubro (hora a confirmar), em S. Pedro de Alcântara, colocação de lápide evocativa

8 Outubro, às 18:00 horas, na Casa de Imprensa, debate “Resistência e Heróis”, com José Pacheco Pereira e António Araújo e moderação de Ana Sousa Dias

9 Outubro, às 17:00 horas, na Casa de Imprensa, lançamento de “Jean Moulin: A Sombra Não Apaga a Cor”, de João Paulo Cotrim e Tiago Albuquerque, uma edição APCC.

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